postado em 26 de outubro de 2011
A pressão arterial elevada é um infeliz fator que afeta algumas mulheres durante a gravidez. Perigosa, a hipertensão gestacional é a primeira causa de mortalidade materna no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
É comum que a doença desapareça após o parto, entretanto, é essencial contar com acompanhamento criterioso no pré-natal, durante e depois do nascimento, para garantir bem-estar tanto à mãe quanto à criança.
“A hipertensão gestacional reflete uma má adaptação do organismo à gravidez, podendo sumir no pós-parto. Portanto, é importante que a mulher passe por uma boa avaliação obstétrica e anestésica”, afirma o Dr. Fernando Bardy Bellicieri, coordenador científico da Anestesiologia do Hospital e Maternidade São Luiz.
Além de fazer um bom acompanhamento médico, é preciso ter muito critério ao escolher o hospital onde dar à luz. Lembre-se de checar se o hospital dispõe de infraestrutura para atendimentos de alta complexidade, como uma UTI bem equipada, serviço de hemodinâmica e equipe familiarizada com casos de hipertensão gestacional.
De acordo com Dr. Fernando, a gestante com pré-eclâmpsia, mesmo em algumas formas graves, pode sim realizar parto normal. Porém, isso só será possível caso esteja assegurado o bem estar materno-fetal. O doutor alerta ainda que a via de parto, normal ou cesárea, deve ser definida pelo Obstetra, que avaliará caso a caso.
Antes de realizar o procedimento anestésico, também é preciso atenção redobrada da equipe médica: “O médico deve controlar a pressão arterial, a coagulação materna e ainda checar se existe um comprometimento do sistema renal, hematológico e neurológico da mãe”, alerta Bellicieri.
Dr. Fernando explica ainda que a técnica anestésica de eleição para as gestantes, tanto no parto normal quanto para a cesárea, é a anestesia regional (raquianestesia e anestesia peridural). “Tais técnicas permitem que a mãe participe ativamente deste momento tão especial, bem como garantem maior segurança às gestantes, quando comparadas à anestesia geral. Durante a gestação ocorrem mudanças no organismo materno, que podem trazer riscos adicionais à anestesia geral, como maior dificuldade de entubação e retardo do esvaziamento gástrico, predispondo à regurgitação e aspiração pulmonar, quadro extremamente grave. Desta forma, a anestesia geral só deverá ser empregada na impossibilidade da realização da anestesia regional (recusa da paciente, alterações da coagulação, infecção de pele no local da punção)”, conclui.
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