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Como falar sobre separação com os filhos?

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postado em 22 de novembro de 2011

O número de casais separados cresce a cada dia em todo o mundo. Mesmo se tornando um fato comum na sociedade, o momento ainda é complicado e causa sofrimento não só para o casal, mas também para os filhos.

Surge ai a dúvida: como tratar o assunto com as crianças?

Para orientar os pais, o “Canal do Médico” de hoje fala do tema com muita clareza em entrevista com Dr. Marcelo Reibscheid e se dispõe a ajudar você a passar por esse momento da melhor maneira possível.

 

Hospital e Maternidade São Luiz: Qual o momento certo para falar com os filhos sobre a separação?

Dr. Marcelo: O momento mais adequado para conversar com o filho seria um pouco antes do casal se separa fisicamente, ou seja, morar em locais separados. Não é correto fazer a separação dos corpos e somente então informar a criança. É importante dar um tempo para que ela entenda a idéia e, depois disto, fazer a “separação dos corpos”.
HMSL: Como falar com os filhos sobre separação?

Dr. Marcelo: Deve ser uma conversa franca e sem mentiras. Obviamente, para cada idade será usada um tipo de linguagem, mas nunca com mentiras ou falando mal de um ou outro do casal.

 

HMSL: Pai e mãe devem estar presentes na conversa?

Dr. Marcelo: Com certeza. É importante estarem juntos nesta conversa até mesmo como forma de demonstrar para a criança que eles não são “inimigos”, somente não se amam mais para ficarem juntos. Pode-se falar em separado depois, mas a notícia inicial deverá ser dada pelo “casal”.

 

HMSL: O que fazer se a criança apresentar mudanças de comportamento após a separação?

Dr. Marcelo: É muito importante que a criança se sinta amparada e querida pelos dois lados. Se os pais perceberem que estão perdidos no processo, a ajuda de um psicólogo é providencial. Quando a criança começa a ter mudanças importantes de comportamento também pode ser importante a ajuda de um psicólogo. Os pais devem ficar muito atentos aos quadros depressivos infantis, que são muito comuns nesse momento.
HMSL: Os pais devem se sentir culpados pelo possível sofrimento dos filhos?

Dr. Marcelo: Não, pois se ficassem juntos provavelmente estes filhos sofreriam mais ainda. Para a criança em formação, é de extrema importância crescer em um ambiente saudável e sem brigas. Filho não segura casamento!

Dr. Marcelo também explicou o que passa na cabeça das crianças quando ficam sabendo que os pais estão se separando.

Divórcio com filhos entre um e três anos

Na época da separação, é provável que a criança torne-se muito tímida, comporte-se como uma criança menor que sua idade afetiva, requeira muito mais atenção e tenha pesadelos noturnos.

Divórcio com filhos entre 2 e 6 anos?

A criança não entende ainda o que é uma separação, mas ao notar que um dos membros do casal não dorme em casa, é provável que pense que é por sua culpa, e reaja de formas opostas: ou fique muito obediente (pensando que se for bom, o papai voltará), ou também muito mais agressivo ou rebelde, como era de se esperar quanto ao seu caráter.

Nesta idade, alguns dos pequenos negam a separação tanto a si mesmos quanto aos demais. Mentem aos parentes e amigos dizendo que seus pais ainda dormem juntos à noite, e continuam brincando de bonecas durante meses, simulando sua própria família e fazendo que seus pais durmam um ao lado do outro.

Divórcio com filhos até os 6 anos

As crianças sofrem um grande temor de serem abandonadas, junto com uma profunda sensação de perda e de tristeza. Podem sofrer transtornos do sono, de alimentação, e adotar condutas regressivas.

Divórcio com filhos entre 6 e 9 anos

Aparecem sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e os problemas de atitude. É possível que as crianças experimentem raiva, tristeza e nostalgia pelo pai que se foi. Nos casos em que os cônjuges tenham tido conflitos graves, alguns filhos podem viver uma luta entre seus afetos pelos pais e pela mãe. Outras vezes, se descuidam no aspecto material, obrigando-os a prepararem a comida, a vigiar os irmãos menores e que assumam responsabilidades muito pesadas para sua idade.

Divórcio com filhos entre 9 e 12 anos?

Os filhos podem manifestar sentimentos de vergonha pelo comportamento dos seus pais, e cólera ou raiva pelo que tomou a decisão de se separar. Além disso, aparecem as tentativas de reconciliar aos seus pais, o descontrole dos hábitos adquiridos e problemas somáticos (dores de cabeça, estômago, etc.).

Divórcio com filhos adolescentes?

Dos 13 aos 18 anos, a separação dos pais causará problemas éticos, e provocará, portanto, fortes conflitos entre a necessidade de amar ao pai e a mãe e a desaprovação de sua conduta. Geralmente as reações mais comuns nesta etapa são:

• Amadurecimento acelerado, ou seja, o adolescente adota o pai progenitor ausente, aceitando suas responsabilidades.

• Por outro lado, poderá adotar uma conduta antisocial: não acata nem aceita normas, desobediência, condutas de roubo, consumo de álcool, drogas, etc.

 

 

 

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