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Técnica permite tratar mioma sem necessidade de cirurgia

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postado em 17 de março de 2017

Pesquisas apontam que 35 a 50% das mulheres engravidaram sem dificuldade após a embolização e algumas tiveram até partos normais

Você provavelmente conhece alguma mulher que tem ou já teve mioma uma vez na vida. O mioma é o tumor benigno mais comum do sistema reprodutor feminino, que raramente evolui para um câncer. Estima-se que cerca de 50% das mulheres em algum período de suas vidas são acometidas pela doença, sendo que metade destas precisará passar por um tratamento.

É importante ressaltar que 35% dos casos aparecem na idade fértil e três vezes mais frequente em mulheres negras, mas seu surgimento ainda é desconhecido pelos especialistas.

Atualmente existem diferentes tipos de tratamento para a doença. Cada procedimento tem seu beneficio particular e deve ser analisado junto ao médico. Para saber qual a melhor opção é importante entender qual o tipo de mioma e como ele está afetando a vida da mulher. “É importante ressaltar que os que preservam o útero são os preferíveis, pois mantém o equilíbrio hormonal da mulher, possibilitando uma melhor qualidade de vida e uma possível gestação”, explica o dr. Henrique Elkis, radiologista intervencionista do Hospital São Luiz Morumbi.

Mas, como diagnosticar essa doença? É possível tratar? E engravidar? O bebê poderá ter problemas caso descubra um mioma durante a gravidez? O Dr. Henrique Elkis ajuda a esclarecer dúvidas comuns sobre o tema, além de desmitificar algumas questões.

O que são miomas?

É um tumor benigno não canceroso que pode se desenvolver dentro ou fora do útero, também chamado de fibroma. Podem aparecer em formatos múltiplos ou como um mioma único. Estudos relevam que uma a cada quatro mulheres em idade fértil tem ou já tiveram.

Quais os sintomas?

Os mais comuns são sangramentos leves fora do período menstrual ou ciclos menstruais mais intensos e longos; dores nas pernas e pélvis; dores durante o ato sexual; dificuldade para engravidar ou abortos espontâneos. Em alguns casos, o mioma é diagnosticado devido ao aumento do tamanho do abdômen.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do tipo de mioma, tamanho e localização é feito por meio de ressonância magnética de pelve.

No caso das mulheres que não tem sintomas, como é feito o diagnóstico?

O Dr. Henrique explica que 50% das mulheres em idade reprodutiva têm o mioma ou mioma uterino. Destas, metade não apresenta nenhum sinal ou sintomas específicos da doença. Assim, na maioria das vezes é descoberta em exames de rotina, que devem ser feitos anualmente.

Quais são os tipos de tratamento existentes?

Atualmente existem três tratamentos diferentes para a doença. A miomectomia, que é a cirurgia de extração dos tumores; a histerectomia, procedimento de remoção do útero, ambos invasivos, e o considerado moderno e inovador pelos médicos, que ainda poucas mulheres conhecem, a embolização.

O Dr. Henrique Elkis explica que a embolização é realizada por um cateter introduzido pela artéria femoral, na virilha, até alcançar os vasos sanguíneos que nutrem o tumor. Uma medicação é injetada para cortar a irrigação do nódulo. Desta forma, o mioma tende a diminuir e os sintomas são eliminados. Após dois ou três ciclos menstruais, a paciente volta a menstruar normalmente. A embolização é realizada com anestesia local, não deixa cicatriz e pode ser feita em apenas um dia de internação.

“Por ser uma técnica minimamente invasiva, a recuperação é muito rápida, permitindo que as pacientes retornem às suas atividades habituais apenas três a quatro dias. O procedimento é eficaz para controlar os sintomas e tratar o mioma. Além de preservar o útero e a possibilidade de fertilidade, a embolização raramente precisa ser refeita”, completa.

A embolização de mioma uterino é complicada?

Não. A embolização é responsável por interromper as vias de alimentação do mioma, que acaba morrendo após algum tempo. A técnica da embolização uterina é minimamente invasiva, realizada anestesia local e não precisa de pontos, pois não são feitos cortes.

A embolização do mioma afeta a fertilidade da mulher?

Estima-se que 35 a 50% das mulheres engravidam sem dificuldade após a embolização, pesquisas científicas mostraram que mulheres que fizeram o tratamento para mioma uterino ou para outras patologias ginecológicas não somente engravidaram após o procedimento, mas também conseguiram ter partos normais.

A embolização de mioma uterino interfere nas funções do útero?

Não. A embolização do mioma facilita a integridade estrutural do útero e sustenta a bexiga, órgãos pélvicos, intestino e ossos. O útero ajuda a separar e a conservar a bexiga na sua posição natural. Já o intestino mantém sua composição própria e passa a ser nutrido por circulações colaterais que conservam sua vitalidade.

A embolização de mioma uterino causa dor?

Mito. A embolização do mioma uterino é um procedimento indolor, pois não há terminais de dor no interior das artérias.

Quais são os riscos associados à embolização do mioma uterino?

A embolização uterina é um dos métodos mais seguros para o tratamento de mioma, porém, como qualquer procedimento médico oferece alguns riscos à paciente. Algumas mulheres podem sentir dor abdominal, como uma cólica, náuseas ou febre. Todos estes sintomas são controlados com medicação apropriada. Já um pequeno número de mulheres pode desenvolver infecções, que podem ser controladas com antibióticos. Já os casos de pacientes que tiveram lesão uterina e precisaram passar por uma histerectomia; perderam o ciclo menstrual, isto é, entraram na menopausa após a embolização uterina, são raros.

Como é a recuperação de quem faz embolização de mioma uterino?

O período de internação é de 24 horas, não há cortes ou cicatrizes, e a paciente pode voltar rapidamente às suas atividades. Após dois ou três ciclos menstruais, a paciente volta a menstruar normalmente.

Qualquer paciente que tenha mioma pode fazer embolização uterina?

Verdade. Toda mulher é potencial candidata à embolização, independente da quantidade, tamanho ou localização do mioma. Essas pacientes podem ser divididas em quatro grupos: pacientes próximas à menopausa, pacientes que já foram submetidas à miomectomia e voltaram a apresentar sintomas, pacientes com desejo de manter a fertilidade e pacientes que já entraram na menopausa e usam tratamento de reposição hormonal.

Para tratar o mioma é preciso retirar o útero?

Mito. Atualmente com as técnicas existentes, a última opção para o tratamento do mioma é a retirada do útero. Mesmo em casos de pacientes que possuem grande número de miomas, há a possibilidade de conduta conservadora.

O mioma na gravidez afeta a saúde do bebê?

Mito. Durante a gestação, a mamãe pode ficar despreocupada, pois o mioma não afeta a saúde do bebê.

É possível tratar o mioma na gravidez?

Não. Neste período, o médico irá apenas acompanhar a evolução do mioma. Em alguns casos, são recomendados remédios que podem ajudar a aliviar os sintomas, mas o tratamento é feito somente após a gestação.

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