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Acretismo placentário: entenda uma das complicações que pode colocar em risco a vida da parturiente

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postado em 22 de agosto de 2017

O acretismo placentário é uma doença gestacional que pode levar a mulher a uma hemorragia severa durante e no pós-parto, com risco de perda do útero após o nascimento do bebê. Ouviu-se muito sobre o assunto quando em 2015, a socialite norte-americana Kim Kardashian revelou que sofria da patologia, porém dúvidas ainda assombram muitas famílias.

Por isso, para entender melhor essa questão, Ricardo Andrade Freire, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Anália Franco, explica o que é esta condição, seus riscos e os cuidados que devem ser tomados.

1. O que é acretismo placentário?

O acretismo placentário é uma doença caracterizada pela invasão profunda da placenta na parede uterina.
Quando o embrião chega ao útero normalmente um complexo vascular começa a ser gerado para a formação da placenta. Em alguns casos, esse processo é tão eficiente que ultrapassa profundamente a parede uterina, podendo até comprometer órgãos próximos, por exemplo, a bexiga e o intestino. “Quanto maior for a invasão da placenta para os órgão adjacentes mais grave é a doença”, completa Dr. Ricardo.

2. Existe alguma pré-disposição à doença?

Sim, a pré-existência de cicatrizes no útero ocasionadas por cesáreas, curetagens, remoção de miomas e a ocorrência da placenta prévia podem predispor a grávida ao acretismo. Por isso é importante o acompanhamento médico, pois durante o pré-natal o especialista identificará a profundeza de penetração da placenta para tentar evitar complicações, que são inerentes apenas ao momento do parto. “Infelizmente não há como impedir que o acretismo ocorra ou progrida. Inclusive, fora esses casos, geralmente não é possível prever a doença antes do nascimento do bebê”, explica.

3. Quais são os sintomas?

Segundo Dr. Ricardo Freire a maioria dos casos não apresenta sintomas específicos e quando surge algum, é sinal de que a placenta já invadiu alguns órgãos adjacentes ao útero. Por exemplo, se invadiu o intestino, a grávida pode ter sangue nas fezes; já a bexiga, os sintomas são cólica, muita dor abdominal e vontade demasiada de urinar.

4. Por que esta condição é tão perigosa?

O perigo é somente no momento do parto e no pós-parto imediato, ou seja, a doença não causa problemas durante a gravidez, o que não exime a necessidade da parturiente de alguns cuidados como boa alimentação e repouso absoluto.
“O que acontece é que durante o parto a placenta não sai por completo, comprometendo a contração uterina. Além disso, pode provocar uma hemorragia séria, podendo até ser necessário remover o útero”, explica Ricardo.

5. Mulheres que tiveram acretismo placentário na primeira gestação podem engravidar novamente?

A segunda gestação é possível se o acretismo da primeira gestação não foi grave, o endométrio estiver refeito e o útero não apresentar grandes cicatrizes em sua extensão. Mas, todos os cuidados devem ser tomados já no pré-natal e a mãe deve seguir com rigor as recomendações médicas, pois a recorrência da doença é possível.

6. Existe tratamento?

Sim, o importante é que a doença seja previamente diagnosticada. Em alguns casos, os cuidados médicos começam ainda durante a gravidez. Para Dr. Ricardo Freire, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Anália Franco, o mais importante são as medidas preventivas que devem ser tomadas para o parto. “É muito importante que as parturientes com esse problema estejam em um ambiente hospitalar de qualidade, com uma equipe especializada preparada para caso ocorra alguma intercorrência. A medicina intervencionista, por exemplo, é essencial nos casos que já se sabe o grau do acretismo, pois preparam a paciente para o parto, colocando cateteres que bloqueiam as artérias que irrigam a área comprometida coibindo assim o sangramento excessivo. Esse procedimento é necessário ser feito antes mesmo da retirada do bebê”, completa.

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