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Bebê preguiçoso! O que fazer quando o seu bebê não quer nascer?

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postado em 4 de janeiro de 2012

São nove meses de espera até que chega a hora tão esperada do nascimento do seu bebê. Mas o que fazer quando a criança não quer nascer?

Controle sua angústia.  Há recursos para saber com segurança se é melhor antecipar o parto ou aguardar até o bebê dar sinais de que chegou a hora dele.

Pelos cálculos da Área Técnica de Saúde da Mulher da Prefeitura de São Paulo, 4% das gestantes fazem parte desse grupo de mães cujos bebês parecem decididos a prolongar a estada no útero. O problema é que aqui, do outro lado, a entrada na 40ª semana de gestação marca o início de um impasse: é melhor esperar mais um pouquinho pela ação da natureza ou acelerar as coisas para trazer a criança ao mundo logo?

A resposta depende, em parte, do tamanho desse atraso. Na classificação do Ministério da Saúde, até 42 semanas, trata-se apenas de uma gestação prolongada, em princípio sem maiores riscos. A partir daí, passa a ser uma gravidez pós-termo e deve ser interrompida. Os médicos ainda não descobriram a causa desses atrasos.

Apesar do limite teórico das 42 semanas, muitos especialistas já começam a intensificar os cuidados por volta da 40ª semana e preferem realizar o parto no máximo com 41 semanas e três dias. Mas não é uma opção tão simples quanto parece. Por um lado, os alarmes falsos são frequentes e o suposto atraso na verdade é um erro de cálculo da mãe, que confundiu a data da última menstruação ou tem ciclo menstrual irregular.

Por outro lado, o fato é que, com o passar do tempo, a vida fora do útero é mais saudável para o bebê do que dentro da barriga da mãe. Eis o ponto chave da questão: a qualidade do ambiente fetal é que determina a hora de agir.

A placenta é a primeira a ser avaliada. Afinal, depende dela a transferência de sangue, oxigênio e nutrientes para o bebê. Conforme a gestação avança, ela envelhece e sofre calcificações, o que torna essas trocas menos eficientes.

Quando não recebe a quantidade adequada de nutrientes, o feto vai buscar suprimentos nas próprias reservas de gordura. E, aí, começa a perder peso, o que põe em risco seu desenvolvimento.

A diminuição do líquido amniótico, que protege a criança de choques e mantém a temperatura estável, é outro motivo de alerta. Nessa fase, ela pode ser mais um indício de que a oxigenação está ruim. É que, ao receber menos oxigênio do que necessita, o organismo dele diminui a atividade e privilegia o funcionamento de órgãos essenciais à sobrevivência imediata, como pulmão e coração. Os rins, que filtram a urina, um dos principais componentes do líquido amniótico, ficam quase paralisados, fazendo o líquido baixar.

A boa notícia é que os médicos contam hoje com vários recursos para saber direitinho como está a vida do seu filhote no útero. Os mais utilizados são:

  • Ultrassonografia: revela se a placenta está envelhecida ou se houve diminuição do líquido aminiótico;
  • Ultrassonografia com dopplerfluxometria: mostra se o bebê está recebendo sangue suficiente;
  • Cardiotocografia: mede a frequência cardíaca do feto e as contrações uterinas;
  • Perfil biofísico: avalia a vitalidade do bebê, analisando por ultrassom a respiração, movimentos, tônus dos membros etc.

Se todas essas avaliações indicarem que mãe e filho estão em perfeitas condições, o retorno ao consultório passa a acontecer a cada três dias. Caso se identifique algum risco, a visita se torna diária ou, se o médico achar necessário, a futura mãe fica internada para um acompanhamento mais próximo.

Com esses cuidados, é raro a gravidez prolongada gerar complicações. É só ter paciência de comparecer às consultas, curtir um pouco mais o barrigão e ficar ligada na movimentação do filho. A essa altura, você já deverá estar de licença-maternidade.

Então, após as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), deite-se sobre o lado esquerdo durante uma hora e conte quantas vezes seu filho se mexe. Se ele fizer seis ou mais movimentos, é sinal de que está ótimo e feliz. Menos do que isso, ligue para o médico ou vá até a maternidade para uma avaliação mais apurada.

Agora, se os exames revelarem algum problema, o médico pode achar mais seguro interromper a gestação. O que, aliás, não é necessariamente sinônimo de decretar uma cesárea. Em muitos casos, o parto induzido é o melhor caminho.

O “empurrãozinho” para o parto induzido começa com a avaliação do colo do útero. Se ele estiver muito fechado, é preciso prepará-lo com o auxílio de medicamentos à base de prostaglandina, que são introduzidos na vagina, como um absorvente interno. “Essa substância vai dar início ao processo de dilatação”, esclarece nosso obstetra Dr. Eduardo Souza.

Horas depois, quando o útero já estiver mais maleável, o médico vai induzir as contrações com a ajuda do hormônio ocitocina, administrado com soro na veia. Daí em diante, a bola estará com você.

“A indução não muda a dinâmica do parto normal. É só um ponto de partida para desencadear o processo que não se deu naturalmente. A mãe continua consciente e terá que fazer força para o filho nascer”, diz Souza.

E se o médico nem cogitar a hipótese de indução e já falar em cesárea? Alto lá: desconfie, investigue, peça uma justificativa. Às vezes, a cirurgia é inevitável e não tem por que correr riscos. Isso acontece, por exemplo, quando há diminuição de oxigênio e o bebê entra em sofrimento, quando ele está mal posicionado ou quando o organismo materno não responde como deveria aos medicamentos de indução. Aí, é cesárea!

 

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