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Má alimentação e sedentarismo podem estar relacionados ao câncer colorretal

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postado em 7 de abril de 2017

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum em homens e o segundo em mulheres em todo o mundo. Segundo números do INCA de 2016, estimava-se 34.280 novos casos, sendo 16.660 homens e 17.620 mulheres. Esse tipo de câncer, geralmente, tem maior incidência na população mais velha, mas atualmente tem se observado uma mudança do perfil desse paciente, com o aumento de casos em jovens.

Essa modificação tem chamado atenção. Para o coordenador de oncologia do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, Marcello Ferretti Fanelli, a percepção já existia entre os especialistas, mas até então não havia dados concretos que a comprovassem. Mas atualmente há estudos que mostram o aumento da chance de risco de câncer colorretal em jovens, comprovando a percepção médica.

Para o especialista, no Dia Mundial Combate ao Câncer, conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção e tratamento é essencial, pois é um tema que precisa ser debatido constantemente. O Dr. Marcello Ferretti Fanelli tira as principais dúvida e dá orientações para quem quer saber mais sobre o assunto:

1. O que é o câncer colorretal?

Ele abrange tumores que acometem parte do intestino grosso (o cólon) e o reto. É absolutamente tratável e, na maioria dos casos, curável, principalmente quando é detectado precocemente. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que aparecem na parede interna do intestino grosso.

2. Por que a indecência deste câncer em jovens tem aumentado?

Mesmo com estudos recentes, ainda é cedo para afirmar e esclarecer os reais motivos do aparecimento desse tipo de câncer nos jovens. Mas há alguns fatores que conseguimos identificar e estão relacionados principalmente com o hábito e estilo de vida.
Vale destacar também que há também outros tumores que tem acometido a população jovem, como o do tubo digestivo e/ou transição esôfago-gástrica, que inclusive são doenças da mesma linhagem e que se comportam de maneiras semelhantes ao câncer colorretal.

3. Que hábitos são esses?

A má alimentação é o fator principal, além do tabagismo e consumo de álcool. A ingestão exagerado e frequente de alguns tipos de alimentos pode levar ao aumento desse câncer, como por exemplo: carnes vermelhas e processadas, embutidos (salsicha e linguiça), conservantes, corante, pouca ingestão de frutas, legumes e verduras. Esses alimentos contribuem para que ocorram alterações no corpo, podendo assim, desenvolver um tumor.

Alguns especialistas avaliam que pode estar diretamente relacionado à obesidade e o sobrepeso, por conta do consumo excessivo desses produtos, alterando assim os hormônios que causam uma inflamação interna até o surgimento do tumor, mas claro, isso tudo são suposições baseada no atendimento diário dos pacientes.

4. O câncer em jovens é mais comum quando é hereditário. O colorretal aumentou por esse motivo?

Não necessariamente. Estamos percebendo na população jovem um alto índice de câncer esporádico, ou seja, que não tem nenhuma hereditariedade. Porém, a existência de casos na família ainda é o maior responsável pela doença em jovens, por isso destaco que ainda é tudo muito primário e novo. O que se tem percebido é a detecção do câncer colorretal já em estágio avançado.

5. Por que em um estágio avançado?

A maneira de detecção é através de exames de rastreamento da doença, como a colonoscopia, que não é comum e nem recomendado ser feito em pessoas abaixo de 50 anos, a não ser claro, se tiver uma propensão familiar. Sendo assim, quando o sintoma aparece, ele pode estar em um estágio avançado, já que não há uma avaliação prévia.

É importante destacar que ainda é muito cedo para que se tenha uma orientação formal para a população jovem de realizar uma colonoscopia, pois ainda é um dado novo, que precisa de mais estudos e observação. Mas, claro, se o médico notar alguma alteração, indicará a realização de exames para uma avaliação mais profunda, principalmente se tiver uma predisposição familiar.

6. Qual é o tratamento? As chances de cura são grandes

Sempre que a doença já está localizada, sem metástase, o tratamento é cirúrgico e consiste na retirada do tumor e parte do órgão que está comprometido e dos gânglios que estão na lesão. Após isso e a extensão do tumor, o especialista avaliará se precisará realizar quimioterapia.

A quimioterapia é indicada quando o paciente está com tumor com tamanho e profundidade importantes. Vale destacar também o tratamento dos pacientes que estão em fase metastática. É feita uma combinação de quimioterapia e cirurgia e é importante dizer que pode sim, levar a cura. Os pacientes que tem cânceres em metástase podem, sim, ser curados e as chances são grandes.

7. Qual é a melhor forma de prevenção? Como conscientizar as pessoas, principalmente os jovens, para evitar esse tipo de câncer?

Uma coisa é o conceito de tratamento de prevenção: quando não há uma lesão, mas pode vir a se transformar, por exemplo, o pólipo. Ele é tratado para evitar que se transforme em tumor. Já o diagnóstico precoce é feito quando o paciente tem um sintoma e o médico realiza uma investigação importante, com grandes chances de se fazer um diagnóstico em fase inicial.
Estudos apontam que o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, hortaliças, cereais integrais, feijões e sementes, assim como a prática regular de atividade física são considerados fatores protetores contra a doença.

8. Quais são os sintomas?

O paciente precisa estar muito atento aos sinais do corpo, para que o diagnóstico precoce seja feito. Sangramento intestinal, anemia em adulto, podem ser sinais que devem ser levados ao médico e rastreados para um tratamento rápido e eficaz.

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